Enzo, Filho de Fernandão, no Vila Nova: O Confronto de Legados no Futebol Goiano

A complexa teia familiar de Enzo, nascido em Marselha e com raízes em Porto Alegre, encontrou seu ponto de maior tensão em Goiânia. Enquanto seu pai, o lendário Fernandão, gravou seu nome como um dos maiores ídolos esmeraldinos, a linhagem materna de Enzo, liderada pelo avô Célio Bizzotto, ex-presidente do Vila Nova, incutiu na família um fervoroso apoio ao time colorado.

Após um período de destaque na Aparecidense, onde disputou a Série D, o volante Enzo retornou à capital goiana, mas com uma escolha que ecoa além das quatro linhas: assinou contrato definitivo com o Vila Nova. Uma decisão que, segundo ele próprio, não foi ofuscada pelo gigantesco legado de seu pai.

Em um depoimento franco, Enzo abordou a questão da idolatria paterna, afirmando categoricamente:

"Não pensei nisso (idolatria do pai no Goiás). Eu sou o Enzo e ele foi o Fernando. Se fosse assim, eu ficaria limitado a atuar em apenas três clubes no Brasil, que foram os que ele jogou. Não passou nada assim na minha cabeça. Ele fez a história dele, inclusive no rival, e eu estou muito feliz de estar no Vila Nova. Tenho familiares que torcem para o Vila Nova, meu avô foi presidente do clube. Desde pequeno cresci nesses dois opostos da família."

Essa declaração sublinha a busca por uma identidade própria, desvinculada das glórias paternas, mesmo diante de uma rivalidade tão intensa.

Enzo: A Decisão Pessoal e o Peso do Sobrenome

A influência familiar no lado colorado é incontestável. Célio Bizzotto, avô de Enzo, presidiu o Vila Nova nos históricos bicampeonatos goianos de 1961 e 1962, além de ter sido vice-presidente na conquista do tricampeonato em 1963. Essa profunda conexão com o Tigre, aliada ao apoio familiar, certamente pavimentou o caminho para que Enzo não hesita-se em assinar um vínculo até novembro de 2027 e fazer sua estreia em campo contra o Athletic.

Reiterando a importância de sua ancestralidade materna, Enzo detalhou:

"Meu avô foi presidente e isso puxou o lado da família da minha mãe para o Vila Nova. Cresci em Porto Alegre, aos poucos perdi a relação no estado, mas meus tios, meu avô, minha avó todos torciam para o Vila Nova. Tive um breve contato com ele, ele tinha Alzheimer quando eu era criança, mas tinha os meus primos e tios. Tenho certeza que eles estão felizes hoje."

A emoção em suas palavras revela a satisfação de honrar uma parte igualmente significativa de sua herança.

Sua formação no futebol teve início nas categorias de base do Internacional, onde, curiosamente, atuou como atacante antes de se firmar na posição de volante. Enzo, com um toque de humor, comentou sobre a familiaridade com as cores de seu novo clube:

"Fiz minha base toda no Inter. Minha esposa é do Sul e disse que estava com saudade de me ver de vermelho."

Uma transição que, para além da cor, representa um novo capítulo em sua jornada.

A Herança Colorada e a Trajetória de Enzo no Futebol

O Vila Nova, atualmente na décima colocação da tabela, prepara-se para o confronto contra o Remo, marcado para este sábado (13), às 18h30 (horário de Brasília). A equipe busca uma reação vigorosa para ascender na classificação e almejar o acesso à elite do futebol nacional.

A distância para a Chapecoense, que ocupa a quarta posição e representa a zona de acesso, é de seis pontos antes do início da rodada. A missão do Tigre é clara: reduzir essa diferença e entrar na briga pelas primeiras posições.

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